Me conte, agora, de toda a dor que sentes.
Sim, da dor que
sentes ao me ter longe de ti. Isto, sangre tuas palavras, juras de amor
inconteste, enquanto eu me banho neste teu sofrimento, jubilosa por ser a
causadora dele. Má? Não, somente feliz por merecer ter o teu pensamento, teu
corpo, teu tudo.
Tu
estás errado, sabes? Se dar, assim, sem pensar em si mesmo. Mas quem sou eu
para te dar conselhos, se sou eu mesma a te furar com a faca... não te queria
ver assim, tão anulado, mas já que vens até mim, aprenderás com meu egoísmo
sadio, que amor bom é aquele que preserva o vivente. Se te amo? Claro, e como! Mas
preciso antes saber o que queres de mim, para que possa fazer a minha entrega.
Não como tu, que não sabes onde estás te metendo, e já te dás inteiro, a mim,
que de tonta nada tenho. Não.
Entregar-me-ei
quando estiver certa de que nosso amor não me fará parar de verter o rio de
poesia, os risos de meus lábios, a alegria suave que meus dias tem. Se meus
olhos se nublarem por ti, ai, já vou-me. Sabes agora, não engano a ninguém.
Aprenda:
a única entrega completa que farei é para mim mesma.
Sempre.
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